ATA
DA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
QUINTA LEGISLATURA, EM 1º-02-2010.
Ao
primeiro dia do mês de fevereiro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário
Ana Terra do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Beto
Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Mauro Pinheiro, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
instalada a Segunda Sessão Legislativa Ordinária. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr.
Thiago Duarte, João Pancinha, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas e
Reginaldo Pujol. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Adeli Sell, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/09 e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 184/09 (Processos nos 3926 e 3927/09,
respectivamente); pelo vereador Airto Ferronato, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 259/09 (Processo nº 5941/09); pelo vereador Aldacir José
Oliboni, o Projeto de Resolução nº 053/09 (Processo nº 5903/09); pelo vereador
Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 237/09 e o
Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 072/09 (Processos nos
5283 e 1812/09, respectivamente); pelo vereador João Carlos Nedel, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 250, 257, 258 e 262/09 e 001/10 (Processos
nos 5674, 5892, 5893 e 6031/09 e 0243/10, respectivamente); pelo
vereador Marcello Chiodo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 254/09 (Processo
nº 5813/09); pelo vereador Mario Manfro, o Projeto de Lei do Legislativo nº
238/09 (Processo nº 5361/09); pelo vereador Mauro Pinheiro, o Projeto de
Resolução nº 052/09 (Processo nº 5883/09); pelo vereador Pedro Ruas, juntamente
com a vereadora Fernanda Melchionna, o Projeto de Lei do Legislativo nº 242/09
(Processo nº 5432/09); pelo vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 256/09 e o Projeto de Resolução nº 055/09 (Processos nos 5863
e 6004/09, respectivamente); e pela vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 253/09 (Processo nº 5803/09). Também, foram apregoados os
Ofícios nos 988, 990, 991, 992, 993, 994, 995, 996, 997, 998 e
1004/09, do senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando,
respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 054 e 055/09 e
os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 010, 011, 012, 013,
014, 015, 016, 017 e 018/09 (Processos nos 6051, 6052, 6053, 6054,
6055, 6056, 6057, 6058, 6059, 6060 e 6107/09, respectivamente). Ainda, foi
apregoado o Ofício nº 047/10, do senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando
Veto Total ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/09 (Processo nº
3396/09). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 013 e 014/09, do
Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome; 1018/09, 019 e 028/10, do senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre.
Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell e Airto
Ferronato. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Mauro Pinheiro, solicitando alteração
na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
vereadores Adeli Sell, Ervino Besson, este em tempo cedido pelo vereador Airto
Ferronato, Alceu Brasinha e Carlos Todeschini, este em tempo cedido pelo
vereador Aldacir José Oliboni. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
vereador Nilo Santos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo
Pujol, em tempo cedido pelo vereador Bernardino Vendruscolo, e Beto Moesch. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 021/07, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 204, 243, 247 e 248/09, o
Projeto de Lei do Executivo nº 052/09, o Projeto de Resolução nº 051/09; em 2ª
Sessão, os Projetos de Emenda à Lei Orgânica nos 003 e 004/09,
discutidos pelo vereador Pedro Ruas, os Projetos de Lei do Legislativo nos
164, 230, 232 e 234/09, o Projeto de Lei do Executivo nº 046/09, o Projeto de
Resolução nº 050/09. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Adeli Sell e João Pancinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição,
pronunciou-se o vereador Carlos Todeschini. Às dezesseis horas e dezessete
minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o
senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador
Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu,
Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Mauro Pinheiro, na presidência dos trabalhos; colegas
Vereadores, servidoras, servidores, senhoras e senhores, é um prazer muito
grande iniciar o ano legislativo com o Grande Expediente. E como perguntar não
ofende - eu não vou perder esse cacoete -, eu quero apenas perguntar: afinal de
contas, quem é a Srª Cláudia Brito? Eu vou repetir: alguém conhece a Srª
Cláudia Brito? Esse é o tema sobre o qual eu espero que as pessoas possam se
pronunciar. Vou deixar no ar e espero também uma reação da imprensa de Porto
Alegre, porque, se esta Sessão de hoje não tivesse quórum, eu saberia qual
seria a manchete no dia de amanhã: “Câmara de Vereadores não consegue quórum
para iniciar o ano legislativo”, mas, como tem quórum, vamos ver o que a
imprensa vai falar amanhã sobre a Câmara Municipal, porque nós passamos, aqui,
mesmo na Comissão Representativa, trabalhando, e outros tantos Vereadores que
não falaram nos momentos da Comissão, eu vi trabalhando pela Cidade.
Eu quero falar, fundamentalmente, do problema maior
da nossa Cidade, que é a ausência básica de serviços. É impressionante, já era
assim no ano passado, no final do ano piorou, e, neste ano, a coisa está ainda
pior. A Cidade está tomada de focos de lixo. Não sou apenas eu que comprovo
isso, mas qualquer cidadão que circula pela Cidade. Imaginem se nós tivéssemos
recebido 150 mil pessoas no Fórum Social Mundial, como em 2002, 2003 - desta
vez tivemos muito menos gente -, o que diriam desta Porto Alegre, tomada de
focos de lixo? Mas eu também me pergunto como nós queremos preparar Porto
Alegre para o Master de Atletismo de 2013, Ver. Sebastião Melo, V. Exª que,
como Presidente da Câmara, articulou as condições para que nós garantíssemos,
via Prefeitura, junto à Associação Brasileira dos atletas masters, a vinda dessa importante atividade para cá em 2013, que
poderá reunir até seis mil pessoas em Porto Alegre. Como vão andar pelas
calçadas de Porto Alegre, com as calçadas completamente detonadas? Onde está a
fiscalização? Houve um concurso da Prefeitura de Porto Alegre há mais de um ano
e meio; as pessoas passaram no concurso, e há mais de 100 vagas não ocupadas de
Agentes de Fiscalização, e temos a necessidade de fiscalização, seja na SMAM...
E por falar na SMAM, meu caro Ver. DJ Cassiá, com relação à Algert - V. Exª
deve se lembrar de que eu pronunciei essa maldita palavra várias vezes, aqui,
no ano passado -, a SMAM rompeu o contrato que deveria ter sido cumprido até o
dia 8 deste mês. No meio do mês de janeiro, a empresa “picou a mula”, ou seja,
os matagais, Ver. Brasinha e meu caro Ver. Nilo Santos, tomaram conta das
praças de Porto Alegre. E a Algert, que tinha um contrato e que deveria roçar,
limpar as praças, “picou a mula”. Isso é inadmissível, intolerável! E vejam só
o que eu descobri: há um conluio de várias dessas falsas cooperativas, e eu
quero, aqui, pautar ao meu colega Ver. Ervino Besson, Presidente da Frente
Parlamentar, e ao Ver. Dr. Raul, que é o Vice ou Secretário, como membro da
Frente Parlamentar, em defesa do bom cooperativismo, e chamar uma reunião,
porque nós tivemos problemas no ano passado com a Meta, na Prefeitura. Nós
estamos tendo problemas com a Cootrario na Prefeitura, não bastasse o caso da
Algert, que já havia perdido um contrato com a Prefeitura na EPTC. E todos
sabem o que existe por trás dessas cooperativas, pelo menos das que eu citei, e
se alguém achar que eu estou mentindo, inventando, me provem que não são as
mesmas pessoas que estão por trás delas junto com outras empresas de fachadas,
laranjas, que disputam as licitações em Porto Alegre.
Eu não sou muito afeito à CPI, mas este ano, se
preciso for, nós vamos a fundo, Ver. Brasinha, porque a Prefeitura não pode
continuar pagando os serviços para que cooperativas de algumas pessoas que
embolsam dinheiro, não pagam os trabalhadores, fiquem enriquecendo; o serviço
não é feito, e as pessoas não recebem benefício social.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Amigo Adeli,
primeiro quero dizer que V. Exª voltou com tudo, está atacando mesmo, parece um
ponta-direita daqueles que vão até o final.
O SR. ADELI
SELL: Eu jogo melhor pela esquerda, se for o caso.
O Sr. Alceu
Brasinha: Quero dar meus parabéns, Vereador, mas eu acho que é melhor nós irmos
mais light - amanhã é Dia de Nossa
Senhora dos Navegantes - e segurarmos um pouquinho, porque o coração pode
perturbar. Eu quero lhe dar um conselho: como eu admiro muito V. Exª, quero
pedir que vá com calma, Vereador.
O SR. ADELI
SELL: Eu estou com muita calma e vou usar todos os meus 15 minutos para,
demorada e exaustivamente, expor os problemas da Cidade. Amanhã, com calma, nós
vamos acompanhar a Nossa Senhora dos Navegantes. Espero que, neste ano, Nossa Senhora
nos dê muita proteção, porque, meu caro Líder do PMDB, Ver. João Pancinha,
muitas coisas terão que ser feitas.
No caso específico da SMAM, cuja titularidade é de
um colega seu de Partido, um colega nosso licenciado, eu espero que a minha
palavra, as minhas questões cheguem imediatamente a ele e que ele possa tomar
as devidas medidas para salvar as praças de Porto Alegre.
E para concluir essa questão das praças, Ver. Nedel
- V. Exª que, como eu, tira muitas fotografias dos problemas da Cidade -, eu quero
dizer que é só tirar uma fotografia da árvore que caiu na Praça da Matriz, uma
tragédia anunciada. Eu falei que era uma árvore podre, oca por dentro e que, na
verdade, ela estava segura por uma pilastra de concreto. Agora há uma outra
árvore, do outro lado da rua também, mas eu espero que, em vez de fazer uma
pilastra, a gente consiga tirar a erva-de-passarinho, recompor essas árvores,
salvar as que têm que ser salvas, e, se tiver que trocar uma por algumas
dezenas ou milhares delas, eu me predisponho a ajudar a plantá-las pela Cidade
afora.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, sua
palavra já chegou à SMAM, que me responde que, efetivamente, V. Exª tem razão:
a empresa contratada não executou o serviço previsto; ela foi chamada para, ou
executar o serviço que está devendo, ou será reduzido o valor do seu contrato.
A própria PGM tomou severas medidas contra essa empresa para que, ou cumpra o
contrato, ou rescinda o contrato. Quero dizer também que V. Exª tem razão, tem
muito lixo na Cidade, mas solicito que se faça um apelo à população para que
ela colabore e não despeje o lixo nas calçadas, na própria rua, nos terrenos.
Às vezes, eu sinto vergonha do fato de a nossa Cidade estar deste jeito por falta
de colaboração de parte de nossa população. Espero que V. Exª também faça um
apelo nesse sentido.
O SR. ADELI
SELL: O senhor, que lê meu boletim eletrônico diário, sabe que eu faço
campanha diária relacionada a essa questão da preservação ambiental e do
recolhimento de lixo, inclusive sua reciclagem, em especial o óleo de cozinha.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell,
quando V. Exª fez a pergunta inicial, me instigava a responder a V. Exª quem é
a Srª Cláudia Brito. Eu conheço essa moça desde criancinha; trata-se de uma
advogada muito competente que trabalhou aqui no Município, se casou com uma
pessoa e foi embora do Município, mora hoje em Porto Alegre. Eu sei a razão de
V. Exª, pois ela está também à frente da empresa que teve problemas aqui com o
nosso Município, que é a Sollus. Posso dizer a V. Exª que, com relação a todas
aquelas denúncias que foram feitas, a própria empresa está dando as respostas
necessárias; eu posso dizer que os trabalhos que foram colocados como não
realizados foram todos realizados e, por isso mesmo, vão ser comprovados na
hora exata. Eu compartilho com V. Exª O fato de que, realmente, essa é uma
discussão que tem que ser feita.
O SR. ADELI
SELL: Perfeito. Fico feliz que tenhamos começado a fazer o verdadeiro debate e
vamos ver quais os problemas que existem. E com relação àqueles que existem,
vamos tentar resolvê-los, porque somos os fiscais da coisa pública, e, como
Vereadores, a nossa função básica - o Ver. Dib se cansa de dizer isso aqui, e
repete isso à exaustão - primeira, antes de fazer leis, é fiscalizar o
Executivo, o Orçamento, os projetos, os programas e, evidentemente, a
legislação também. Foi isso o que eu fiz.
Eu vou continuar no problema de serviços, pois
temos um outro problema, que é o da iluminação pública. Eu gostaria que alguém
conseguisse me explicar por que, ao lado do Tribunal de Justiça, aquela pequena
rua que fica da ponta da Rua Jerônimo Coelho até a ponta da Rua Riachuelo, que
é tão curta, tem poucos metros, não tem um poste de iluminação pública! Nenhum!
Nós temos um hotel que é frequentado inclusive por muitos Prefeitos, por
pessoas que vêm do interior do Estado; há uma escola técnica, a Factum, que tem
dezenas e dezenas de estudantes à noite - à noite! -; fora dois ou três grandes
edifícios naquele curto espaço - e, diga-se de passagem, no edifício da
esquina, meu vizinho é o Vice-Prefeito José Fortunati -, e nós não temos
iluminação naquela parte da rua; é um breu total; é perigosíssimo! Nós temos
tido muitos problemas de assalto no Centro. Eu falei aqui, ainda em janeiro,
sobre os “muquifos” da Marechal Floriano; eu falei aqui sobre os assaltos na
Rua Jerônimo Coelho e redondezas; pois, de sábado para domingo, houve um
assassinato, e quatro pessoas foram baleadas na Rua Marechal Floriano. E aqui,
quando o Major - se não me engano -, que está comandando o 11º BPM, vem de
público e fala o que falou, eu quero dizer que a principal responsabilidade é
do Judiciário, porque quem dá a liminar é o Judiciário, e há dois “inferninhos”
que funcionam ali com medida judicial. É claro que os filhos de quem deu essa
medida, Ver. Raul, não devem frequentar a Rua Marechal Floriano, não devem
frequentar o Centro Histórico. Mas é o coração da cidade de Porto Alegre que pulsa.
Há os moradores do Centro, cidadãos que circulam no Centro. A principal rede
hoteleira antiga da Cidade está no Centro, e nós estamos nas mãos dos vândalos,
dos meliantes, dos ladrões.
Portanto, registro a minha solidariedade ao
Comandante do 11º BPM e espero que ele não seja punido agora por ter tido a
coragem de ter vindo a público fazer questionamentos sobre a insegurança que
nós temos na nossa sociedade. Agora, se nós tivéssemos também fiscalização
sobre casas noturnas, como nós temos um caso na Rua Lima e Silva... E eu vou
citar um nome aqui, e parece que o “pessoalzinho” ali é meio “barra pesada”: A
Toca - já vejam pelo nome - tem um calhamaço desta grossura de documentação
sobre isso, o qual deixei na mesa do Prefeito e não tem solução, meu caro Airto
Ferronato. Nós temos que nos preocupar com a cidade de Porto Alegre. Estão
matando a cidade de Porto Alegre! Não há fiscalização na SMAM, mas tem
concurso, e poderiam ser chamados os fiscais; não há fiscalização suficiente na
SMIC, na Saúde, no DMLU, na SMOV! O que está acontecendo? Por que não se chamam
os servidores que passaram no concurso?
Eu já solicitei, DJ Cassiá, deve chegar à sua mesa
isto, uma reunião na nossa Comissão, porque se trata da defesa do consumidor,
trata-se de direitos humanos, de defender a cidadania; nós temos que ter esses
fiscais contratados pela Prefeitura, porque o concurso é lícito, não houve
questionamento, e vocês sabem que normalmente há questionamento.
Eu concluo, meu caro Presidente, Ver. Mauro
Pinheiro, dizendo que a Cidade carece de serviços básicos, nós temos muita
insegurança e temos temas a serem desvendados.
O Ver. Luiz Braz começou a tentar me responder
algumas das coisas que quero desvendar, alguns mistérios da cidade de Porto
Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores presentes, quero iniciar este nosso novo ano
falando sobre drenagem urbana. Mais uma vez, eu quero cumprimentar o nosso
Diretor-Geral do DEP, o Ernesto Teixeira, aqui presente, trazendo também uma
mensagem ao Ver. Pancinha, que esteve no DEP até há bem pouco tempo. Eu repito
que, lá em 2004, nós encaminhamos a Brasília, para o Ministério das Cidades,
uma relação com 22 projetos executivos prontos, e vou citá-los: Santa
Teresinha, Casa de Bombas 18, Beco João Paris, Frei Germano, Octavio Sagebin -
obras todas de macrodrenagem; as macrodrenagens lá da região da Teixeira
Mendes, as bacias de contenção da Teixeira Mendes, obras lá da Vila Minuano e
na Região do Sarandi, os nossos pôlderes de nºs 3, 4, 5 e 7, macrodrenagem no
Passo D’Areia - abaixo do Iguatemi -, bacias de contenção ali naquela área; lá
no arroio Sarandi, a Av. Felizardo, Buarque de Macedo, Carazinho, Panamericana,
Ângelo Crivelaro, Irmão Ambrósio; e o item nº 22: pequenas obras. Eu vou
começar pelo último, muito rapidamente. Porto Alegre tem, aproximadamente, 200
pontos de pequenos alagamentos. Esses pequenos alagamentos, às vezes, requerem
um volume de recursos bastante elevado para a sua solução; outros, nem tanto.
Como é que fizemos, meu caro Vereador João Pancinha? Verificamos os mais graves
desses problemas pequenos, fizemos um projeto executivo e encaminhamos ao
Ministério das Cidades. E com ele nós compreendemos que, uma vez executadas - o
Ver. Todeschini também participativa conosco nessas empreitadas - essas
pequenas obras, nós resolvemos o problema de um conjunto bastante grande de
moradores da cidade de Porto Alegre, porque, às vezes, o problema que parece
pequeno e localizado em meia quadra é muito grande para os moradores daquela
meia quadra, e também passa a ser bastante significativo para as pessoas que
ali transitam. Então, é um projeto que eu compreendo bastante interessante para
a Cidade.
Dessas vinte e duas obras para as quais nós
elaboramos o projeto executivo, quero dizer que recebi, com toda a honra, do
nosso DEP - cujos servidores e engenheiros quero cumprimentar pela sua
capacidade, competência e dedicação -, uma relação de obras que já estão
iniciadas e de algumas que estão por iniciar muito brevemente. Somando-se - são
informações que temos aqui e que conferem - todos os investimentos que aqui
temos, serão beneficiadas em torno de oitocentas mil pessoas na cidade de Porto
Alegre, com recursos na ordem de cinquenta e um milhões, duzentos e vinte mil
reais. São obras de drenagem que estão sendo iniciadas ou que já estão sendo
executadas em Porto Alegre. Vou começar assim: a bacia de detenção de cheias na
Praça Dr. Celso Pedro Luft, lá em cima, na Av. Teixeira Mendes, com um milhão e
quatrocentos mil reais de investimento, que beneficiará um volume bastante
grande de moradores da Região, dez mil e seiscentas pessoas; obra de drenagem
da Av. São Pedro, com recursos de seis milhões e trezentos mil reais, que
beneficiará vinte e três mil moradores da Região; obra de drenagem da Rua Santa
Terezinha, que inclui a casa de bombas, obra essa já iniciada, até bem avançada,
beneficiando vinte e cinco mil moradores, com recursos de cinco milhões e
quinhentos mil reais; canalização no bairro Jardim do Salso, na sua primeira
etapa, com dois milhões e seiscentos mil reais, beneficiando em torno de cem
mil pessoas; a construção de dique no arroio Passo da Mangueira, nas voltas da
Vila Minuano, no bairro Sarandi, bastante reivindicado pelos moradores de lá
também, beneficiará cem mil pessoas, com um investimento de onze milhões e
duzentos mil reais. Quatrocentas e cinquenta mil pessoas serão beneficiadas com
a recuperação dos taludes do arroio Dilúvio, oito milhões e meio de reais; a
casa de bombas na Vila Farrapos e casa de bombas nº 5, também é uma situação de
emergência, beneficiarão 40 mil pessoas; a obra de drenagem e também macrodrenagem
na Rua João Paris, beneficia 20 mil pessoas lá do seu entorno, com um custo de
novecentos mil reais; macrodrenagem também na Av. Panamericana, seis milhões e
520 mil reais, beneficiando cem mil pessoas na cidade de Porto Alegre.
Beneficiará 20 mil pessoas a obra na Rua João Mendes Ouriques, com recursos
estimados em sete milhões e 300 mil reais. Faço esse registro para, primeiro,
destacar a importância do DEP na cidade de Porto Alegre. Quando lá estive - e
creio que agora seja a mesma história -, com uma frequência razoável se dizia
que o DEP tinha que ser um organismo do DMAE. Sou radicalmente contrário a
isso. O DEP presta um serviço de extraordinária relevância e é estratégico para
a cidade de Porto Alegre, porque, com a formação desse conjunto de projetos lá
no DEP, o Executivo sabe onde estão os problemas que precisam ser atacados mais
rapidamente. Estão dizendo que, dessas 22 obras, em torno de dez, doze estão
sendo iniciadas, e outras já foram começadas, vamos estar atentos a isso. Tenho
certeza de que, ao término deste Governo, muito brevemente, nós
complementaremos essas 22 obras que nós, na nossa gestão, encaminhamos ao
Ministério das Cidades.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Airto
Ferronato, eu quero, de uma forma muito cordial, agradecer pelo aparte e
parabenizar e reconhecer o seu pronunciamento. Vossa Excelência teve uma
passagem pelo DEP, tivemos muitas vezes contato com V. Exª a respeito do
trabalho extraordinário que o DEP presta para a Cidade, por meio da sua equipe.
Está aqui ao meu lado o Ver. João Pancinha, que também foi funcionário do DEP,
engenheiro muito competente. Mas, numa outra oportunidade em que eu tiver de
usar este microfone, eu vou me aprofundar mais, fazendo algumas considerações
sobre o DEP, pelo trabalho, pelo esforço daquela equipe, meu caro Ver. Airto
Ferronato. Agora, quando nós tivermos oportunidade, nós temos que falar sobre a
falta de cuidado da nossa população de Porto Alegre, porque a gente assiste a
certas coisas, como às que eu assisti, quando ocorreu esse volume de água com
as chuvas em Porto Alegre. E, como eu já disse, na hora oportuna, eu farei um
pronunciamento sobre o trabalho do DEP, sobre o que o DEP representa para a
nossa Porto Alegre. Obrigado pelo aparte, Vereador.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Ótimo.
O Sr. João
Pancinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Airto Ferronato, eu quero parabenizá-lo e cumprimentá-lo pelo seu
pronunciamento, e nada como falar com conhecimento de causa. Vossa Excelência
esteve lá na Direção-Geral do DEP, e eu, sempre que falo no DEP, falo na sua
gestão, porque, realmente, 99% dos projetos que estão sendo executados foram
realizados na sua gestão. Uma coisa que V. Exª falou e que me deixa muito preocupado,
mas que, graças ao trabalho executado nessa gestão, foi um pouco desmascarado,
é que o DEP estava, realmente, para ser, a passos largos, “engolido” pelo DMAE.
Mas, graças a esses projetos, aos recursos que a Prefeitura angariou quando
zerou as suas contas, pode-se investir nessas obras de infraestrutura, e hoje o
DEP, sem dúvida nenhuma, é uma referência em termos de drenagem no Brasil. Não
podemos deixar que o DEP - e não vai ser mais - seja “engolido”, passando a ser
um braço do DMAE. Muito obrigado e parabéns pelo seu pronunciamento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Eu agradeço e quero fazer um registro da seguinte maneira: o DEP, os
servidores do DEP, a estrutura do DEP, o Departamento de Esgotos Pluviais de
Porto Alegre sabe e conhece todos os problemas de drenagem da cidade de Porto
Alegre. Para todo e qualquer problema de drenagem, o DEP, os seus servidores
sabem e já têm uma ideia bastante clara e avançada do que precisa ser feito. Eu
concordo com Vossa Excelência: sem dúvida nenhuma, é uma estrutura estratégica
para a Cidade. Não há como as grandes cidades, hoje, entenderem que o problema
é somente água, luz, telefone, saúde, segurança. Claro que é! Agora, o DEP é uma coisa que não atrai muito - a
mídia talvez e até o interesse pessoal de
cada um de nós -, mas, nos tempos modernos, a drenagem urbana é crucial. Ou nós
temos e mantemos uma estrutura de drenagem, um órgão que se preocupe com isso,
ou as catástrofes acontecerão. Portanto, nós precisamos lutar pelo DEP.
E vou citar mais um, já falei, mas para finalizar:
este Projeto de pequenas obras, que está lá em Brasília, nós avaliamos em torno
de sete milhões e duzentos mil reais, aproximadamente. Isto significam quase
duzentas obras de drenagem espalhadas na Cidade, desde o Sarandi até o Lami; da
Lomba do Pinheiro até às margens do Guaíba nós temos pequenas obras, e isto é
importantíssimo para a Cidade. Então, nossos registros, mais uma vez, ao nosso
Diretor-Geral do DEP, o nosso amigo Teixeira.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está encerrado o Grande Expediente.
Tendo em vista o acordo de Lideranças, colocamos em
votação o Requerimento para a inversão dos trabalhos, passando os períodos de
Comunicações e Pauta para antes da Ordem do Dia. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Espero que agora, no período de Comunicações, meu caro Mauro Pinheiro,
a base do Governo possa responder-me por que não convoca os agentes de
fiscalização, que passaram no Concurso, se nós temos, pelos meus cálculos, em
torno de 130 vagas. Ou seja, faltam fiscais na Prefeitura, por isso que há um
desregramento, por isso que a SMAM não consegue ir, de madrugada, fiscalizar os
“inferninhos” de Porto Alegre. A barulheira continua, a zoeira continua, o povo
não consegue dormir, porque a SMAM não consegue ir lá, com medidor, fazer a
medição, e poder, por exemplo, autuar, multar e fechar essas casas noturnas. As
calçadas estão quebradas. Disseram-me: ”Não, a gente fiscaliza!” Ora, primeiro,
você fiscaliza - até não precisa multar, porque a lei diz que você pode
conversar -, e pode notificar, autuar, ou seja, multar e depois inscrever na
Divida Ativa fazendo a calçada. Ou, se o sujeito se negar a fazer a calçada, a
calçada vai ficar detonada a vida inteira em pleno Centro de Porto Alegre? É
assim que vai acontecer? Espero que as coisas comecem a mudar em Porto Alegre!
Sobre o caso da Praça da Matriz: eu fiz um pedido há
quatro meses - vou repetir, há quatro meses -, com um documento que o Tribunal
mandou para a SMAM e para a SMOV para fazer a arrumação das pedras portuguesas
em torno do Tribunal de Justiça. Há quatro meses e não há dinheiro para fazer,
e não foi liberado. Então, para cruzar em torno do Tribunal de Justiça, ao lado
do Theatro São Pedro, aquelas pedras portuguesas estão detonadas, o Tribunal
tem dinheiro, mas e a Prefeitura, por que não libera? Qual é o problema? Qual
foi o burocrata que sentou em cima? Ou os Secretários não mandam cumprir a
legislação, não mandam verificar os processos?
Na Praça da Matriz, a Srª Governadora, na véspera
do Natal, resolveu montar um barraco. O pessoal foi lá montar o barraco; como
não consultam o mapa, arrebentaram um cano do DMAE. No final de semana - eu
liguei, porque eu cuido da Cidade - estava lá a Praça toda cheia de buracos,
detonada por causa do barraco que foi feito na frente do Palácio Piratini!
Agora cada um pode fazer o que quiser na Cidade? Onde está a fiscalização? Eu
quero que me respondam essas questões! Aqui não tem invencionice; tem a
realidade dura, nua e crua.
Outra coisa em Porto Alegre que é tabu. Tem árvore
que vai cair em cima de casas. Vou pegar a Vila Dormênio, no Morro de Santa
Teresa, como exemplo. Um eucalipto: não é árvore nativa, é exótica, planta-se
em qualquer lugar, derruba-se sem maior problema, porque não existe preservação
dessa árvore. Mas não tem fiscalização, por exemplo, para nogueira: negociaram
com aquele empreendimento da Cidade Baixa, e a nogueira morreu. Morreu! E não
vai haver a multa? Não tem que cobrar cinco mil reais de multa? Ou eu inventei?
Tem que cobrar a multa, usar esse dinheiro para replantar árvores! É assim que
tem que fazer, a Cidade precisa de serviços básicos, e nós temos uma ausência
total de serviços básicos na Cidade!
Posso também colocar alguns outros problemas - e
vou concluir com isto: o velho problema da EPTC. Ultimamente você vê problemas
e problemas nas sinaleiras, estão todas em dessincronia. Você vem pela Av. Mauá
para subir para subir a Rua Bento Martins, e se houvesse sincronia, não daria
engarrafamento. Não tem sincronia! Hoje de manhã estava uma bagunça a Av. João
Pessoa. E assim, tudo o que se pede para a EPTC não tem retorno. Afinal de
contas, o Secretário já vai fazer o registro do nome dele com o aditivo, que
todos nós aqui conhecemos, como Luiz Afonso “Viajando” Senna. É isso, e é
verdade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Airto Ferronato.
O SR. ERVINO
BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, funcionários
desta Casa, vou pedir a Deus que nos ajude a enfrentar, neste ano de 2010 os
desafios que virão pela frente nesta Casa, com união entre todos nós, porque a
Cidade assim quer para resolvermos os problemas da nossa querida Porto Alegre.
Amanhã, nós teremos a procissão da Nossa Senhora
dos Navegantes. Já fiz - e reforço - o convite aos Vereadores e funcionários
para que tenhamos um momento de reflexão. Vamos pedir a nossa Santa, Mãe de
todos nós, de todas as crenças religiosas, para que possamos, nesta caminhada,
também fazer alguns momentos de reflexão. Vamos pedir que a Santa nos ajude,
ajude a todos nós, nossos familiares, nossos funcionários, para que nos
respeitemos cada vez mais, porque teremos muitos problemas, muitos desafios
pela frente, e só com a união de todos vamos poder resolver esses desafios.
Quero agradecer ao meu colega Airto Ferronato, que
cedeu o seu tempo para que eu me pronunciasse no dia de hoje.
Eu estava na praia, neste fim de semana, e observei
várias pessoas comentando o que leram nos jornais sobre o desabafo do Coronel a
respeito da nossa segurança, um oficial que tem a responsabilidade de dar
segurança. Acho que todos nós - Legislativo, Judiciário, Poder Executivo -
temos que refletir sobre a reportagem desse Comandante, que é um homem
preparado. É um alerta que ele faz a todos nós, a todos os segmentos da
sociedade, para que possamos, em conjunto, sim, amenizar o problema da nossa
Segurança. Acho que todos leram a matéria, o jornal Zero Hora também a destaca.
O Ver. Adeli, no seu pronunciamento, também falou a respeito dessa matéria,
sobre o que anda acontecendo. Então queremos nos dirigir à nossa querida
Brigada Militar, aos seus Comandantes e pedir que o desabafo desse Coronel,
desse Comandante, não sirva para criar um racha dentro da Corporação. Isso nós
não queremos, porque são homens que têm a responsabilidade de garantir a nossa
segurança, porque a insegurança campeia, Ver. Brasinha, em todos os cantos do
nosso Rio Grande. Então, temos que estar unidos.
Faço aqui um apelo para que nós, dos três Poderes -
Executivo, Legislativo e Judiciário, principalmente o Judiciário -, fiquemos
juntos. Se queremos resolver o problema, temos que estar juntos; esses três
Poderes têm que estar juntos e irmanados. Só assim poderemos amenizar o
problema em relação à segurança do nosso povo. É um apelo que faço aqui, mas um
apelo com muito respeito por todos os nossos Poderes, principalmente pela nossa
querida Brigada Militar - repito mais uma vez: nosso Poder Executivo, nosso
Poder Judiciário e o Legislativo -, para que, juntos, possamos trabalhar
irmanados a fim de amenizar o problema da nossa segurança.
Rapidamente, quero falar a respeito do DEP, sobre o
que o Ver. Airto Ferronato, no seu belo pronunciamento, se referiu. Quem passa
ali pela Av. Lima e Silva olha aquele prédio, um prédio muito simples,
simplíssimo, Ver. Pancinha, mas com uma riqueza lá dentro, que são os seus
funcionários. Há um poder extraordinário lá, é uma competência extraordinária
daqueles funcionários, por lá o Airto e tantos outros passaram; agora é o
Ernesto Teixeira e sua equipe. Eu acompanhei, neste mês de janeiro, várias
obras do DEP. O que se viu... Por exemplo, vou citar a minha rua, pois os
moradores estão inquietos, meu caro Presidente, com o entupimento do esgoto. É
saco de lixo, é plástico, é garrafa pet,
é vaso de flores... O pessoal não conseguiu desentupir o encanamento, tiveram
que arrancar os canos fora, porque estava tudo entupido. Depois cobramos tudo
do DEP! Mas de que maneira, se o pessoal não tem educação? Esse povo tem que
ter um pouco de consciência, porque ninguém paga por isso! Na minha rua, na
Estrada Vila Maria, quantas famílias estão sofrendo até hoje pelo entupimento!
Os canos estão todos entupidos de lixo, são plásticos, garrafas pet, Ver. Pujol, até vaso de flores
havia lá dentro! Só vendo para crer!
Portanto, fica aqui o nosso reconhecimento ao DEP,
Ver. Pujol, por essa equipe extraordinária! Mas também temos que colaborar. Nós
ouvimos um simples funcionário dizendo: “Olha aqui, nem parece uma cidade
civilizada!” Aquele cano estava todo entupido por falta de cuidado da nossa
população.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Meu querido Ver. Ervino Besson, solidarizo-me com a sua manifestação, que
estabelece a relevância do serviço do DEP, relevância que normalmente não é
reconhecida. As pessoas veem o problema, e, quando o DEP dá a solução, o
problema desaparece, e elas esquecem da situação. Acho que, nos últimos tempos,
a maior soma de recursos que já foi investida historicamente no DEP foi no
período da Administração Fogaça. E mesmo assim falta muito, muitíssimo para ser
feito.
Então, ao me solidarizar com V. Exª, entendo que
temos que entrar numa cruzada de forma institucional e estabelecer uma soma de
recursos ao DEP, para que a coragem do Prefeito de hoje não se esmoreça no dia
de amanhã e que se continue enterrando dinheiro no chão para apresentar as
soluções positivas que o DEP vem apresentando para a Cidade, em que pese a
desarticulação contra os órgãos - DMLU e outros tantos -, que permitem que as
garrafas pet, os sacos plásticos, o
lixo não recolhido, o lixo extraviado no meio da rua ocasionem situações que
geram problemas de difícil solução. Tenha V. Exª a minha mais absoluta
solidariedade.
O SR. ERVINO
BESSON: Muito obrigado, Ver. Pujol. A prova está que V. Exª não assumiu como
Deputado, porque a Cidade necessita muito de V. Exª aqui nesta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, onde estão as
Vereadoras? As Vereadoras estão sempre presentes. Ver. Nilo Santos, Ver. Adeli,
hoje não é um dia muito propício para eu falar, Ver. Beto Moesch: foi terrível,
foi muito ruim aquela “fatalidade”, Ver. Pujol, lá em Erechim, porque o nosso
treinador deu uma de amador. Mais ainda, Ver. Ervino: quero o convidar para
amanhã caminharmos juntos e pedirmos à Nossa Senhora dos Navegantes para
proteger o Grêmio. Se vai assim, meu amigo, pode ter certeza, Pujol, nós temos
que fazer uma promessa e pegar o Silas e levar junto, porque não há condições!
Eu fiquei literalmente abatido e triste, porque era um Gre-Nal que poderia ter
sido nosso; quem sabe, um empate!
Voltando a falar das coisas boas que acontecem na
Cidade... Eu venho falar das coisas boas, e o Ver. Adeli preparou a
“metralhadora” dele, carregou completamente, usou o tempo de Grande Expediente,
depois mais o outro tempo de Comunicações e descarregou, não é, Ver. Adeli? Eu
venho aqui também fazer alguns elogios ao Secretário por tanto trabalho - tem
Secretário que nem férias tirou, Ver. Todeschini, trabalhando pela Cidade. Por
exemplo, o Secretário que atende de imediato, o Ernesto. Para o Ernesto a gente
liga, e ele dá retorno imediatamente. Esse Secretário merece elogio, porque vem
trabalhando. Claro que existem problemas na Cidade. Na SMAM também, o
Secretário Professor Garcia, que também muito gentil, trabalha muito, tem
trabalhado pela Cidade, tem feito o que é possível. Claro que esse tempo também
está com problema, muita chuva, começa a crescer o mato, começa a crescer tudo,
e não há equipe que aguente cortar diretamente. Cada começo de ano é isso aí,
Ver. Adeli.
Quero também dizer que estava passeando na Rua
Padre Chagas, Ver. Nilo Santos, e realmente fiquei espantado, Ver. Beto Moesch,
com as mesas em cima da calçada. Não dá nem para caminhar, não tinha nem como
caminhar, eles trancaram, tomaram conta da calçada. Para passar... Eu assisti a
uma cena: uma mãe empurrando o carrinho de uma criança, a mãe teve que pedir
para tirarem as cadeiras, porque não conseguia passar na calçada. Eu acho que
até pode haver mesas na calçada, mas tem que deixar um espaço livre para o
pedestre passar, principalmente cadeirantes e carrinhos com neném. Temos que
falar com o Secretário Cecchim, que faz um belo trabalho, que trabalha muito
pela Cidade: peço que mande a fiscalização lá, porque está caótica a situação,
não é possível acontecer isso! Porque existem comerciantes sérios, e existem
outros que só pensam em faturar e fechar a rua. Eu acho que, nesse sentido, a
Cidade está perdendo.
Quero dizer também que o Prefeito José Fogaça tem
trabalhado muito pela Cidade, e eu tenho muito orgulho, Ver. Adeli, de fazer
parte da base do Governo e de defender o Prefeito, porque ele pegou a Cidade -
o senhor mesmo sabe -sucateada, literalmente; não tinha nem como trabalhar. A
SMOV não funcionava, Ver. Pujol. Lembro do Secretário Cassiá, hoje Deputado,
quando assumiu a Pasta, ele chegou espantado ao Partido dizendo que não tinha
como trabalhar. As máquinas estavam literalmente sucateadas. Hoje as máquinas
estão funcionando e muito bem. Estão asfaltando, fazendo trechos que estão
detonados em várias ruas. Tenho achado o trabalho do Vereador-Secretário
Maurício Dziedricki perfeito, ele tem trabalhado muito pela Cidade. As coisas
boas a gente tem que lembrar, não só lembrar das coisas ruins que acontecem na
Cidade.
Coisa ruim que acontece na Cidade é o Carrefour, é
o Walmart, que são muito ruins para a Cidade. Agora, o secretário do Ver.
Ervino chegou e disse para mim: “Brasinha, o Walmart vai comprar o Carrefour”.
Para mim não vai mudar nada, só vai mudar o nome, eu posso atacá-los mais
vezes, porque a compensação que oferecem para a Cidade esses cidadãos que vêm
de fora para implantar a sua filosofia de trabalho aqui é muito pouca. E eu vou
continuar atacando sempre, Ver. Mauro Pinheiro, porque penso no pequeno
comércio, nas pessoas que precisam daquele comércio. E não é eles chegarem lá,
colocarem um posto de gasolina dentro dos seus pátios - até acho que é proibido
- e venderem combustível, fazendo concorrência desleal com o cidadão que está
sofrendo lá na ponta da quadra, trabalhando. Depois vem o “seu” Carrefour e
quebra todo o mundo, Ver. Pujol. É uma empresa familiar o que esse pequeno
cidadão possui, ele dá emprego para o filho, para o genro, para a sua filha,
mas acaba quebrando. Por quê? Porque o “seu” Carrefour está comprando todos os
postos de gasolina dentro de Porto Alegre. Não chega o setor de alimentação que
eles têm, ainda querem mais essa fatia. Já quebraram as minhas lojas de pneus,
já estou mal, imaginem os postos de gasolina! Isso vai quebrar todo o mundo,
Ver. Mauro Pinheiro. É um absurdo! Tem que tomar providências o Poder, tem que
tomar providências em relação a esses empresários que vêm de lá, porque, daqui
a pouquinho, fica ruim aqui, eles abandonam e vão embora. E aí? Quem é que vai
amparar aquele cidadão que tinha pequena empresa? Quem é que vai amparar?
Então, quero dizer para os senhores - Sr.
Presidente, para concluir - que vou voltar à minha filosofia de sempre e dizer:
o Carrefour faz mal para Porto Alegre, para o Rio Grande e para o Brasil! E faz
mal para o mundo também. E esse cidadão ninguém sabe quem é, eu não conheço o
dono, não sei quem é, Ver. Pujol. Se fosse um grupo que tivesse um trabalho
bonito, que ajudasse a Cidade, participasse das ações da Cidade, como o
Zaffari, eu seria favorável sempre, porque aqueles cidadãos trabalham, são
honestos e não enganam ninguém. Mas o Carrefour é só propaganda mentirosa,
enganosa. Eu não quero saber de Carrefour!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Aldacir José Oliboni.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, boa-tarde, um bom início de trabalhos legislativos na
tarde de hoje, ano 2010. Eu vou usar o espaço do Ver. Aldacir Oliboni para
fazer algumas referências e debate sobre os assuntos aqui pautados.
É verdade, o DEP talvez seja a Secretaria que
melhor tem operado na Prefeitura, o seu Diretor, Ernesto, e a equipe, enfim,
têm sido muito atenciosos. Diga-se mais, vou fazer um elogio, porque o DEP foi
o único que se adequou às recomendações do Tribunal de Contas, coisa que o DMAE
não fez, continuou exigindo atestados e selecionando, restritivamente, empresas
para participar das licitações. Então, tenho que fazer mais esse registro
positivo ao DEP, diferentemente do que acontece no DMAE e em outros órgãos da
Prefeitura.
Aliás, por falar em outros órgãos da Prefeitura,
passei por Ipanema ontem e vi inúmeras crianças se banhando, e o esgoto, Ver.
Pujol, transbordando. O esgoto, que deveria ser captado no sistema de
bombeamento, estava transbordando direto para a praia. Isso aí tem que ser
visto, porque o DMAE tem uma Estação de Tratamento, e esse esgoto deve ser
tratado 24 horas por dia, todos os dias. Vou lá, talvez mais tarde, para ver
como está o sistema de bombeamento, porque é um risco a mais.
(Manifestação do Ver. Nilo Santos.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: É um risco, Vereador; o senhor faz ironia, Ver. Nilo, mas é um risco.
Ontem havia crianças se banhando aqui nas áreas de
perigo, o que não pode. Havia crianças lá em Belém Novo também, tomando banho
do lado do transbordamento do esgoto daquela Estação. É um assunto muito sério,
inclusive, pelo noticiário, ouvi que houve afogamentos ontem aqui em Porto
Alegre. Não sei especificamente qual é o ponto, mas houve; pelas altas
temperaturas, pelo desconforto, as pessoas buscam amenizar o calor no Guaíba.
Também o DMAE obstruiu as valas de esgotamento de
drenagem das águas ali na Vila da Cooperativa Santo Antônio. As casas estão
todas sendo alagadas a cada chuva mais forte, pois todas as valas estão
obstruídas: foi feito um aterro irregular, obstruindo as valas de escoamento da
água da chuva que ficam dentro da Estação de Tratamento de Esgotos, a
ETE-Navegantes, por alguma empresa, e o fez de forma irregular. Já pedi as
providências ao Professor Garcia, ao Secretário da SMAM, para que notifique a
Prefeitura por aterro irregular, e as medidas cabíveis, criminais das
autoridades, serão encaminhadas via judiciário por este Vereador.
E não posso também deixar de falar da Saúde. Esta
senhora que aparece aqui entregando relatório diz: “Olha, houve os serviços,
apenas não recolhemos impostos”. Foi a explicação da Drª Cláudia. Aliás, a Drª
Cláudia era advogada da Secretaria e fez o contrato com o Instituto Sollus,
depois ganhou vários presentes, entre eles automóveis e joias muito caras do
presidente do Instituto Sollus, depois veio a casar com o presidente da Sollus
e agora dá as explicações.
(Aparte antirregimental.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Pois é! Dá na mesma, dá na mesma.
(Aparte antirregimental.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Não se deve entrar na vida particular quando não diz respeito a desvio
de dinheiro público, não é, Ver. Brasinha? É disso que se trata, está aqui
provado pela Polícia, está aqui admitido também que os impostos foram
sonegados. Assim é que as coisas se procedem, e assim é que nós temos a pior
Saúde da história de Porto Alegre, temos a falta de todos os serviços, temos o
caos.
(Aparte antirregimental.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Se isso está ofendendo alguém é porque certamente o chapéu serve e
porque há justificativa, Dr. Haroldo! Enchendo o saco...? O senhor me parece a
voz da verdade, a voz da razão. O senhor vai dar conta da sua responsabilidade
como Vereador, fazer o seu trabalho, e eu estou aqui fazendo de modo coerente,
de modo responsável e vou fiscalizar. Nós, inclusive, estaremos fazendo, junto
com o movimento social, todos os movimentos e todas as pressões aqui, para que
nós tenhamos a CPI da Saúde aberta pela Câmara de Porto Alegre, porque é
preciso passar a limpo essa página de desmando, de desvios, de corrupção que
envolve a gestão municipal de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, senhores e
senhoras que nos acompanham nesta tarde, que era para ser uma tarde tranquila
até o Ver. Todeschini falar tanta bobagem aqui em cima.
(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. NILO
SANTOS: Como é que é? O que o senhor disse? Bobagem é a minha cara? A sua cara?
Respeitador esse homem.
O senhor continua o mesmo do ano passado. O senhor
é um acusador leviano. O senhor faz acusações levianas. O senhor atinge a honra
das pessoas sem medir as consequências, o senhor esquece de que as pessoas têm
família, o senhor esquece de tudo. O senhor nivela as pessoas conforme o seu
nível. Esse é o problema. O senhor tem que aprender a respeitar as pessoas. A
sua arrogância, a sua prepotência não vão lhe levar a lugar algum a não ser
fazer com que as pessoas sintam desprezo pelo senhor. O senhor continua a
acusar as pessoas. Inclusive tínhamos conversado muito sobre que, este ano, nós
não iríamos mais nos digladiar, fizemos até um acordo. Eu não conversei com o
senhor, eu conversei com pessoas educadas do seu Partido. Só que o senhor,
infelizmente, é muito leviano, o senhor vem com acusações, o senhor esquece de
que essa mulher tem família, o senhor esquece de que as pessoas que o senhor
atinge têm família, o senhor atinge a honra, o senhor atinge tudo o que as
pessoas têm, a história das pessoas, o passado das pessoas. O senhor não
respeita ninguém e, depois, quer respeito. Depois vem dizer que é a minha cara
ainda! O senhor tem que refletir antes de falar as coisas.
Ver. Todeschini, politicamente o senhor dizer que é
a pior Saúde que já teve em Porto Alegre, a pior Saúde da história... O senhor
sente saudades é do DMAE; o senhor sente saudades é dos asfaltos que o senhor
metia. O senhor ainda não saiu daquela cadeira do DMAE. Quando perdeu a
eleição, lhe sacaram de lá, o senhor não é mais o Diretor do DMAE. E não custa
nada o senhor chegar aqui, em um dos seus discursos, e declarar que o
Secretário Presser faz um bom trabalho; vai ficar bonito para o senhor. O
senhor fica só batendo, como se o homem não tivesse feito nada de bom, como se
o Secretário da Saúde não tivesse feito nada de bom, como se os outros
Secretários não tivessem feito o trabalho, como se o DEP não tivesse feito.
Todos reconhecem, só o senhor que não reconhece as qualidades dos outros
Secretários. Por exemplo, o senhor foi o “melhor Secretário da história”. Mas o
que é isso? O senhor tem que parar um pouquinho e refletir. Os outros também
trabalham, não é só o senhor que entende de política e de gestão. Os outros
também trabalham. Os outros também têm suas qualidades, seus erros, suas
deficiências, mas têm também suas qualidades. E a oposição que o senhor faz é
uma oposição que enoja. Eu sofri de uma virose durante sete dias; todo o enjoo
que eu senti da virose virou água com açúcar comparado ao nojo que eu senti das
suas declarações aqui, porque o senhor sai atingindo todos, e me parece que,
este ano, nós vamos seguir na mesma linha, porque, se o senhor acha que vai
chegar aqui, falar algumas bobagens, dizendo que a pior Saúde é a de Porto
Alegre, a pior Saúde da história, o senhor estará falando uma baita bobagem, e
o senhor sabe disso.
Não, nem me fala em carro, porque o Ver. Carlos
Todeschini andou falando para uns amigos meus do meu carro, que o meu carro é
muito bom, mas que ele é humilde e anda com um carrinho ruim. Ele foi dizer
isso para os meus amigos. Nem quero falar em carro, senão eu me lembro dessa
história aí, porque tinha placas dele em todas os postes da Cidade, não é?
Então, Ver. Carlos Todeschini, faça uma oposição
decente. Espelhe-se no grande Ver. Adeli Sell, espelhe-se no Ver. Mauro
Pinheiro, espelhe-se na Verª Maria Celeste, espelhe-se em pessoas boas; não se
espelhe em pessoas ruins, em pessoas más. Seu coração está mal. Ninguém presta,
e, quando ninguém presta, é porque tem algum problema dentro da gente,
entendeu? Tem algum problema dentro da gente! Seu Partido tem gente boa demais,
e essas pessoas nem merecem que o senhor esteja com eles. Daqui a um pouquinho,
o senhor vai ter que criar um Partido só para senhor: o “Partido dos
Desagradados”, porque não é com esse ranço todo que o senhor vai conseguir
fazer com que a população mude a sua opinião sobre o Prefeito Fogaça, mude a
sua opinião sobre outros Prefeitos ou sobre os Secretários. Não é dessa forma;
o senhor tem que conquistar as pessoas. O Ver. Adeli Sell vem à tribuna, faz
algumas denúncias, e, se é alguma denúncia da SMOV, imediatamente a gente faz
um contato com a SMOV: “Olha, dá uma olhadinha aí para ver o que está
acontecendo”, porque a gente tem prazer e sabe que é uma denúncia equilibrada;
não é uma denúncia para atrapalhar - é para melhorar. Quando é da Saúde, a
gente liga lá para a Secretaria para saber o que está acontecendo. É uma
oposição equilibrada; não é um comportamento “infantiloide”, não é um
comportamento que não tem crédito. Tem crédito. A denúncia que ele faz tem
crédito, Ver. Todeschini, por quê? Porque, quando têm que elogiar, eles elogiam
e, quando têm que criticar, eles criticam. Pare um pouquinho e pense. Obrigado,
senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de mais nada, eu devo
manifestar a minha satisfação de vê-lo presidindo os trabalhos com o equilíbrio
que lhe é peculiar.
Aliás, Ver. Adeli, eu costumo dizer que V. Exª
mudou muito de estilo, e agora, quando vem à tribuna, vem com uma metralhadora
e busca atingir os mais diferentes pontos da Administração Municipal. E, justiça
lhe seja feita, reconheceu, na figura do Diretor do DEP, uma atuação muito
tranquila, muito serena e muito realista. O nosso querido Ernesto é um homem
que diz para a gente com tranquilidade: “Olha, isso eu não posso fazer, porque
não tem dinheiro; nisso eu estou fazendo uma meia-boca, estou fazendo alguma
coisa para resolver o assunto.” Agora, o que acontece, Ver. Nilo, é que o Ver.
Pedro Ruas tem dificuldade em ser oposição nesta Casa, porque ele sempre foi um
homem muito agudo na sua atuação política, porém muito criterioso.
Há determinadas situações, Ver. Haroldo, que acabam
definindo uma posição até ortodoxa. Eu queria manter uma tranquilidade, aqui na
Casa, no sentido de poder oferecer reparos à Administração Municipal, de poder
dizer, inclusive, com relação ao meu amigo Garcia, que é o Secretário Municipal
do Meio Ambiente, que eu vejo deficiências naquela Administração, mas eu não
posso fazer uma crítica séria no momento em que há gente que vem à tribuna e
reclama que o noivo dá um automóvel para a noiva e depois casa com ela. Aí fica
difícil. Parece que nós vamos declarar o seguinte: é proibido namorar
funcionários ou funcionárias do Governo Fogaça. E mais do que isso: se namorar,
não casa. Se namorar, não casa! Aí, casar para não morar junto fica difícil,
muito difícil.
Eu quero falar o da minha intenção - e eu estava
vendo aquela senhora, competente representante da Secretaria de Meio Ambiente,
aqui na Casa - de fazer algumas indagações públicas à Secretaria de Meio
Ambiente, que, obviamente, não posso fazer ao Ver. Beto, que faz mais de um ano
que saiu da Secretaria e, evidentemente, não pode responder pelas posições
atuais da Secretaria. Quero saber, por exemplo, o que o Município pensa em
relação àquela área que compõe, abre aspas, “a Praça Cláudio Schindler”, no
bairro Três Figueiras, porque é uma área que está fechada, tem até cadeado, tem
cerca com cadeado, ninguém entra. Ver. Valdir Fraga, V. Exª, por gentileza, me
traga esse esclarecimento, porque não quero chover no molhado e fazer o velho
Pedido de Informações. É burocracia demais quando a gente pode ser direto. Eu
fui, na semana passada, até o bairro Três Figueiras, Vereador, e vi essa
situação. Fiquei pasmo! Essa praça foi denominada por um projeto meu em 2001,
há dez anos! Então a pergunta é a seguinte: vão fazer praça algum dia lá?
Aquilo ficou um paraíso ecológico inacessível aos cidadãos normais da Cidade?
Isso é o que quero saber.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo
Pujol, eu ia convidar V. Exª para protocolar um projeto proibindo casamento em
Porto Alegre de quem trabalhar na Secretaria do Governo Fogaça. Como o senhor
está falando nas praças, a gente tem um projeto muito bom na Cidade do qual
pouco se fala: é impressionante o que está de bonita esta orla do Guaíba; esta
parceria que o Secretário Beto Moesch fez com a Pepsi-Cola deve ser elogiada,
porque o que está bonito! E vão revitalizar a Redenção. Eu nunca vi um projeto
de tamanha proporção como este que o Secretário Beto Moesch fez. Parabéns, Ver.
Beto, pois foi uma iniciativa sua e que merece ser lembrada, pois, quando passo
ali, lembro do senhor.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte do Ver. Alceu Brasinha, a que
subscrevo. Eu não gosto de falar nas coisas que me beneficiam diretamente, e eu
sou altamente beneficiado com a melhora na urbanização no Parque da Harmonia,
que é o lugar onde faço minhas caminhadas de final de semana, e tenho
oportunidade de constatar que está bem cuidada aquela área. Se alguma coisa eu
pudesse sugerir, seria uma tentativa de se estimular, através da Secretaria de
Esportes, a melhor utilização daquele equipamento que, às vezes, fica ocioso,
um belo equipamento ali existente. É lógico que praticar vôlei ou praticar
basquete ou futebol de salão nesta canícula todos os dias não é nada
convidativo; o ócio é aquele da “sombra e água fresca”, e não da participação
do esporte.
De qualquer sorte, eu tenho com o Ver. Beto Moesch
um relacionamento extremamente produtivo, porque não é um relacionamento de
concordância permanente; ao contrário, é de discussões permanentes, nós temos
pontos de vista conflitantes, bem sustentados de ambos os lados, mas o que não
pode, Ver. Brasinha, é a gente, por achar que há alguns equívocos na política
de preservação do meio ambiente da Cidade, ignorar as coisas positivas. E eu
posso dizer que, para a minha satisfação, há muito mais coisas positivas do que
não positiva. Eu acho que é uma questão até de ter ou não recurso, não se
aplica mais, não se faz mais praça em Porto Alegre.
O Sr. Pedro
Ruas. V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há uns 30 anos, eu
aparteei V Exª e me sinto cada vez mais honrado. Na verdade, V. Exª, com a
inteligência que lhe é peculiar, ironizou aquilo que o Ver. Todeschini falou
com relação ao presente do automóvel, das joias, para a Srª Cláudia, que se
tornou, posteriormente, esposa do empresário do Instituto Sollus. V. Exª, Ver.
Reginaldo Pujol, tem que observar, com a sua larga experiência, que o início
dessa relação merece análise e estudo aprofundado, sim, porque, na época, essa
senhora era Procuradora do Município, com responsabilidades sobre as
licitações. Quando começa esse namoro com presentes - como V. Exª disse, não é
proibido namoro com presentes - nessa circunstância, merece análise, merece
estudos. Então a ironia que V. Exª fez, com a inteligência que lhe é peculiar,
precisa ser revista posteriormente, porque sei do interesse de V. Exª em
esclarecer o episódio, pois ele começa nebuloso: presentes como automóvel e
joias para uma pessoa responsável por licitações no Município, entregues -
mesmo que, depois, futuro marido - por um titular de um empreendimento
gigantesco e altamente rentável, vai ter que ter a nossa análise.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Como já fui advertido de que meu tempo está
esgotado, eu quero, objetivamente, me referir ao brilhante pronunciamento feito
pelo Ver. Pedro Ruas, em aparte, e dizer que é preciso que as coisas sejam
tomadas nas devidas proporções. Eu, por exemplo, não sei se essa senhora ganhou
um automóvel de presente e em que momento foi que ela ganhou. Não sei se ela
ganhou joias, não sei também. Não sei se as joias são verdadeiras ou se são
falsas. Só sei que a mim não surpreende que há um namoro que vai gerar um
casamento, que o namorado presenteie a namorada e receba dela algum tipo de
presente, algum tipo de retribuição que não me cabe perquerir qual seja. Acho
que é um terreno muito escorregadio nós querermos nos imiscuir do
relacionamento afetivo entre pessoas da Cidade. Se alguma coisa restasse de
conclusão no final, seria saber o seguinte: foi apenas um cortejamento
interesseiro? Eu não vou discutir a afetividade entre dois seres. Concluo que
era um relacionamento positivo que terminou no instituto do matrimônio, que,
para mim, ainda é um instituto respeitável que deve ser considerado. O resto,
acho que fazer oposição por oposição, se apegar a detalhezinhos, se deu ou não,
aí fica um pouco complicado. É por isso, Vereador, que, se fui irônico como diz
V. Exª, eu diria que não tanto, mas eu procurei ser light, porque me desagrada tratar de assunto sério da forma com
este vem sendo tratado aqui na Casa. Aliás, me desagrada profundamente. Veja V.
Exª que esta situação mutatis mutantis
pode ocorrer com qualquer pessoa. A sua esposa, por exemplo, é uma mulher
brilhante profissional na área do Direito. E se ela lhe desse um presente?
Seria para que V. Exª deixasse de amar o PSOL e de acreditar nas coisas em que
acredita? Ora, vão brincar com esse assunto de outro jeito! Sentimento pessoal
tem de ser respeitado, porque é o mínimo de privacidade que temos de exigir!
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero
iniciar o nosso diálogo, pois o período de Comunicações nada mais é do que um
diálogo entre Vereadores, que tem como tema o porquê das tragédias que assolam
o Brasil. Quero dizer, Sr. Presidente, que muito se falou aqui que nós devemos e
precisamos, sim - e eu concordo -, de uma Cidade com menos lixo na orla, nas
praças e na Cidade como um todo, mas amanhã vai ser um dia de muito lixo na
Cidade, por que amanhã é dia de homenagem a Nossa Senhora de Navegantes e
Yemanjá. Nós temos uma Lei, aprovada por esta Câmara, que permite o lixo - por
que para mim isso é lixo -, o que restou das oferendas a Yemanjá. Amanhã nos
teremos um Guaíba completamente sujo, praças e Cidade completamente sujas, e
com o aval desta Casa, que aprovou uma Lei que não computa como infração os
dejetos, o que resta das oferendas. E aí? Vamos culpar a Prefeitura? Será a
Prefeitura a culpada pela imensidão de lixo que teremos amanhã em praças,
parques, Cidade e orla do Guaíba? Isso ocorre o ano todo, mas amanhã
principalmente em virtude dessa data. Nós temos, sim, que rezar - e rezar muito
-, Ver. Dr. Thiago Duarte, mas por meio da nossa fé e do nosso espírito, não
com matéria.
Em menos de um mês, as chuvas mataram - segundo uma
reportagem da revista Istoé - cento e trinta e oito brasileiros, e causaram
prejuízos estimados em mais de um bilhão de reais, e destruíram o mito de que o
Brasil é um país imune a grandes desastres naturais. Na minha opinião - e pode
não ser na de todos; e Lutzenberger já dizia isso em 1970, baseado em dados,
mas era tachado de louco -, nós não vamos ter mudanças climáticas, nós estamos
diante das mudanças climáticas; e elas vão é ficar cada vez mais agravadas,
isso sim.
Não vou ter o tempo necessário nestes cinco
minutos, Sr. Presidente, mas trago o tema apenas para que possamos provocar um
debate. Todos dizem que as mudanças climáticas estão aí - e isto é uma
realidade - e que vão ser cada vez mais graves; então, nós precisamos, Ver.
Brasinha, nos preparar para isso. E se mudanças climáticas são uma novidade,
Ver. Brasinha, são algo novo, Ver. Pedro Ruas, nós não podemos, com coisas
velhas, enfrentar o novo. É por isso que, para quem quiser, vou disponibilizar
o material - já havia falado com o Ver. João Pancinha - com dados de pessoas
das mais diversas localidades, das mais diversas formações - geólogos,
engenheiros, e assim por diante -, que dizem de forma clara, em tudo o que
pesquisei, que é, sim, o desmatamento, que é, sim, o aumento da produção e o
uso dos combustíveis fósseis - está aí o pré-sal para agravar ainda mais o
nosso problema -, principalmente nas áreas urbanas: a canalização de arroios e
de córregos. Em são Paulo, assim como em várias cidades do mundo, como Seul,
como em várias cidades europeias e nos Estados Unidos, estão renaturalizando o
que foi canalizado. Portanto, esta Casa, Sr. Presidente, não pode mais aceitar
demandas da população que quer canalizar os arroios, os córregos na Cidade,
porque isso é, Ver. Reginaldo Pujol, encarar o novo com técnicas e ideias
velhas e ultrapassadas. Ou Porto Alegre entra no século XXI, ou não entra. Ou nós recuperamos a mata ciliar na
zona urbana de Porto Alegre e na zona rural, ou nós vamos continuar vendo
pessoas virem aqui, pedindo, Ver. João Pancinha, o desassoreamento dos
córregos, agravando ainda mais o problema, não a curto, mas em longo prazo, sem
dúvida. O que é necessário, sim, é evitar as invasões ou ocupações das mais
diversas formas nas áreas de risco, porque é isso que está fazendo com que
cariocas, paulistas e gaúchos estejam chorando, porque desrespeitaram e
permitiram a ocupação irregular das diversas formas, em topos de morros,
encostas e na beira de cursos hídricos. A minha mãe é de Travesseiro, um
Município eminentemente agrícola. Estive lá no início do mês. O rio Forqueta,
no qual o meu avô transportava mercadorias, o Pedro Preto, escoava mercadorias
de Marques de Souza, Travesseiro e Capitão para Lajeado e Porto Alegre, não
existe mais. Acabou o rio Forqueta.
Encerro, dizendo o seguinte, Sr. Presidente: o que
tinha de mata ciliar eram cinco metros, no máximo dez metros, o que, por lei,
deveria ser de no mínimo 50 metros. Pois, hoje, todos reconhecem lá, que, se
fossem 50 metros, haveria, sim, um problema sério ali, mas muito menor, não tão
catastrófico. Duas pequenas cidades, Marques de Souza e Travesseiro, que
perderam, somadas, mais de 30 milhões de reais. Duas cidadezinhas, mais de 30
milhões de reais. Elas reconhecem que é, sim, pelo desrespeito já iniciado no
século XIX pelos imigrantes italianos e alemães, dos quais sou oriundo, de usar
as várzeas para plantar e aqui para habitar. A natureza é uma só, e a gente
continua utilizando métodos velhos para tentar enfrentar o novo, que são as
mudanças climáticas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 5637/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 247/09, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua João Luiz de Barcellos Pinheiro Machado o
logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7017.
PROC.
Nº 5667/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 248/09, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Francesco Rosito o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7034.
PROC.
Nº 5479/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 243/09, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que denomina Praça Marlova Finger o logradouro público
cadastrado conhecido como Praça Dois Mil e Cinquenta e Seis, localizado no
Bairro Mário Quintana.
PROC.
Nº 5812/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/09, de autoria do Ver. Marcello
Chiodo, que concede a Comenda Porto do Sol ao professor de dança Edison Luiz
Lopes Garcia.
PROC.
Nº 5990/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/09, que declara de
utilidade pública a Inspetoria Salesiana Pio X – Lar Dom Bosco.
PROC.
Nº 4808/07 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/07, de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto, que inclui § 5º no art. 72 da Lei Complementar nº
434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental (PDDUA) –, e alterações posteriores, determinando o bloqueio total de
sinais de radiofrequência básica de telefonia celular no espaço aéreo
correspondente às áreas dos equipamentos urbanos de segurança pública
destinados ao cumprimento de penas privativas de liberdade e localizados no
Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 4235/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 204/09, de autoria da
Verª Maria Celeste, que reserva às pessoas provenientes de abrigos, albergues
ou casas de acolhida do Município de Porto Alegre e inseridas em programas de
assistência social unidades habitacionais populares dos programas implantados
pelo Executivo Municipal.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 4115/09 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/09, de autoria da
Verª Juliana Brizola, que altera o art. 18 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, dispondo sobre a declaração de bens e rendas de ocupantes de
cargo, emprego ou função da administração pública do Município.
PROC.
Nº 4116/09 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/09, de autoria da
Verª Juliana Brizola, que altera o inc. I do art. 17 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, dispondo sobre a declaração de bens e rendas de
ocupantes de cargo, emprego ou função da Administração Direta e Indireta do
Município.
PROC.
Nº 5185/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 230/09, de autoria dos
Vereadores Mauro Zacher e Ervino Besson, que denomina Rua Adalberto Vedana o
logradouro não cadastrado conhecido como Rua J – Vila Monte Cristo –,
localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
Nº 5188/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 232/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, no Município de Porto Alegre, a Feira
Estadual de Artesanato e dá outras providências.
PROC.
Nº 5249/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/09, de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao
Senhor Manuel Maria Ventura Ventura.
PROC.
Nº 5613/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/09, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor Ananias Cypriano Alves.
PROC.
Nº 5727/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/09, que declara de
utilidade pública a Associação dos Amigos do Projeto Abrindo Horizontes.
PROC.
Nº 3628/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/09, de autoria dos
Vereadores Emerson Dutra e Pedro Ruas, que obriga as concessionárias do
transporte coletivo do Município de Porto Alegre a proverem, nos locais de
ponto final de itinerário, condições de abrigo para fins de permanência de seus
trabalhadores e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nesta primeira Sessão do ano legislativo do ano de 2010, ora
iniciada, nós temos, em discussão preliminar de Pauta, em 1ª Sessão, nada menos
do que nove Projetos de Lei e, em 2ª Sessão, oito Projetos de Lei. Isso
demonstra que a Casa vai continuar, neste ano, enfrentando vários temas. Mas o
que impressiona, Ver. Nedel, é que vários dos Projetos de Lei dizem respeito à
denominação de rua, situação que havíamos entendido estar equacionada, algo que
deveria tramitar tranquilamente, salvo situações excepcionalíssimas, e ser decidido
no âmbito das Comissões. Isso não acontece, e V. Exª tem sido um vanguardeiro
nessa pugna, no sentido de desfazer algumas contradições.
Hoje, na Ordem do Dia, se a tanto chegarmos,
enfrentaremos três dessas situações. E obviamente todas essas situações acabam
criando problemas de superposição dentro da Pauta. Eu observo, por exemplo, que
boa parte dos Projetos que estão tramitando já se encontram na Casa, como é o
caso do Projeto de Lei Complementar nº 021/07, desde o ano de 2007, e,
evidentemente, por não ter tido a sua análise feita em tempo hábil, continua
aqui nessa circunstância.
Ademais, se nós formos olhar os projetos se
encontram na Ordem do Dia, prontos para votação, nós vamos encontrar 48
Projetos; grande parte deles está na Ordem do Dia pela aplicação do art. 81, e,
na sua grande maioria, só tem a opinião da Comissão de Constituição e Justiça,
não foram analisados pelas outras Comissões da Casa. Este paradoxo, Ver. Beto
Moesch, este contrassenso, nós precisamos examinar melhor. Na primeira reunião
de Líderes que houve na Casa este ano, eu propus que se fizesse,
Vereador-Presidente, um esforço no sentido de que essa pauta toda fosse
enfrentada num sentido ou noutro; não dá para ficar postergando esses projetos ad aeternum, porque eles acabam impedindo
que tramitem outras ações mais atuais, que acabam sendo obstadas dentro de uma
Ordem do Dia tão ampla como esta que nós temos no dia de hoje.
Por isso, Sr. Presidente, neste primeiro dia, eu me
reservo, em uma oportunidade e outra, para discutir o Projeto de Lei
Complementar nº 021/07, do Ver. Engenheiro Comassetto, porque não quero fazê-lo
na sua ausência, até porque o mesmo versa sobre um dispositivo do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, que deve ter em breve a sua redação final,
decorrida de todo trabalho de análise que foi feito no ano passado. Dessa
redação final poderão resultar consequentes algumas alterações, algumas
modificações e algumas introduções de matérias novas que se buscavam fazer na
Casa, ou se tornar totalmente inconsequente.
Por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
aproveito o ensejo para fazer um apelo no sentido de que se utilize esse
período de fevereiro para fazer esse processo, eu não diria de limpeza, mas de
reorganização das prioridades do trabalho, enfrentando, tanto quanto possível,
essa soma de projetos que se encontram em pauta há tanto tempo, e em outros
tantos que se encontram na Ordem do Dia, que são os mais preocupantes, alguns
deles desde 2005, sem o devido enfrentamento. Precisa que ocorra esse
enfrentamento, precisa que ocorra, Ver. Raul, uma decisão sobre eles, e, se for
caso, em muitos deles, a retirada do art. 81, ou quem sabe até mesmo o
arquivamento, se for o caso. Eu, ano passado, tinha um Projeto da minha
autoria, que tinha recebido Substitutivos, etc., para o qual pedi o seu
arquivamento, puro e simples, porque ele estava absolutamente desatualizado.
Era um Projeto que eu tinha apresentado em 2004, que tinha sido recuperado na
Legislatura passada, e não tinha sentido agora ser enfrentado, já que a matéria
que ele buscava regular se encontrava equacionada por outros meios, por outros
mecanismos. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Mauro Pinheiro; Vereadoras e
Vereadores, público que nos assiste, Vereador e sempre Presidente, Valdir
Fraga, que, com muita alegria, eu vejo aqui.
Trazem-me a esta tribuna, Vereadores, particularmente
Ver. Todeschini, dois Projetos de Lei de autoria da Verª Juliana Brizola: o
PELO nº 003/09, e o PELO nº 004/09, ambos dispondo sobre a obrigatoriedade de
declaração de bens antes, durante e ao final das funções públicas no Município.
Belos os Projetos da Verª Juliana Brizola!
Há pouco, Ver. Brasinha, debatíamos aqui sobre a
questão dos eventuais presentes recebidos, ou não - veremos a seguir -, por uma
pessoa responsável, na época, por uma área altamente sensível do Município,
exatamente a área de Licitações e Contratações.
Então, o que é o patrimônio de um servidor público?
Nós temos legislação federal há alguns anos, de 1992 para cá, e temos,
modernamente, uma legislação estadual, a nº 12.980, de autoria do Deputado
Villaverde, que permite ao Tribunal de Contas acompanhar a evolução patrimonial
de qualquer servidor estadual, inclusive apontando aquilo que seriam sinais
exteriores de riqueza que justificariam um acompanhamento mais efetivo do
Tribunal de Contas. De fato, é muito importante que o órgão fiscalizador, e a
fiscalização como um todo, lato sensu,
onde nós nos incluímos como Vereadores, como membros do Poder Legislativo - a
fiscalização é inerente a qualquer Poder Legislativo... Esse Projeto da Verª
Juliana Brizola nos possibilita termos legislação em Porto Alegre, quase no
nível - não chega a tanto - da Legislação Estadual e Federal. Portanto, são
dois projetos importantes. E quero saudar S. Exª, e ao mesmo tempo desejar que
esteja se recuperando bem do nascimento do seu filho José Inácio, na medida em
que a Verª Juliana Brizola nos traz exatamente a possibilidade legal desse
acompanhamento.
Nós temos a possibilidade da fiscalização lato sensu, repito, como Vereadores, mas
nem sempre o enquadramento e a obrigatoriedade de determinados documentos serem
exibidos nos é facultado. Com a legislação que propõe a Verª Juliana Brizola
teremos, sim, condições de examinar questões as mais variadas, como esse caso
levantado aqui pelo Ver. Carlos Todeschini, porque esses projetos permitem,
sim, esse exame. Apesar de que, a serem verdadeiras as acusações em relação a
presentes recebidos no exercício daquele tipo de cargo, sequer esta legislação
precisaria, porque a proibição já existe, e é delito administrativo, inclusive
capturado como incúria administrativa, eventualmente.
Mas, enfim, esses dois Projetos trazem para todos
nós uma capacidade maior de fiscalização em Porto Alegre.
Por isso, eu saúdo, Ver. Mauro Pinheiro, a Verª
Juliana Brizola, desejando o seu pronto restabelecimento e retorno a esta Casa,
e, elogiando essa iniciativa parlamentar de S. Exª que realmente orgulha a quem
a conhece e nos será uma ferramenta de grande utilidade no futuro.
E desde já, certamente, ela vai contar com o apoio
da maioria dos seus Pares nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro, Ver. Mauro Pinheiro, o Líder da nossa Bancada, Ver.
Engenheiro Comassetto, já tinha me colocado na semana passada a incumbência de
levantar algumas questões aqui de como nós pretendemos, neste ano de 2010,
levantar algumas questões que são de fundamental importância para a cidade de
Porto Alegre, para que possamos, de forma responsável, fazer uma oposição
consequente, e que também não sejamos, por isso, o tempo todo admoestados. Acho
que cabe à oposição o papel de oposição. Queremos, de forma muito serena,
levantar problemas, questionamentos, e esperamos que o Governo responda aos
nossos questionamentos. Temos um profundo descontentamento pela forma como, no
ano passado, a nossa colega Maria Celeste, muitas vezes, era respondida e
tratada, principalmente por parte da representação de base do Governo, não
respondendo a questões, fazendo pouco caso delas e, às vezes, fazendo
provocações. Não queremos continuar nesse patamar, nesse clima, muito antes
pelo contrário.
Queremos, sim, cobrar, e é por isso mesmo que,
quando hoje abri o Grande Expediente, fiz uma simples pergunta. Não tirei
nenhuma conclusão pessoal sobre ninguém, mas cabe ao Governo responder ponto a
ponto o que levantamos. Inclusive, se as senhoras e os senhores forem verificar
as notas taquigráficas com o apanhado de mídia das Reuniões de 2007, 2008 e
2009, sempre quando se discutia Saúde em Porto Alegre, uma ou outra vez
aparecia, recorrentemente, o caso Sollus. Foi inclusive o meu colega Oliboni
quem solicitou, pela primeira vez, em 2007, uma CPI. Não conseguimos levar isso
adiante. Tivemos a presença do meu colega Todeschini, no ano passado, na
titularidade da Comissão de Saúde, e este ano com a titularidade do companheiro
Oliboni; e também nessa Comissão queremos e vamos trabalhar o tempo inteiro
para elucidar todas as questões apontadas por nós desde o início do tal
contrato com a Sollus; todas as questões! Não será nesta tarde que vamos
dirimir e resolver essas questões históricas, mas será por meio de um trabalho
sério desta Casa.
Espero que ninguém, por ter maioria, possa impedir
qualquer tipo de prosseguimento de questionamentos e investigações, porque este
é o legítimo papel de quem fiscaliza, que é o Vereador, e, mais especialmente
ainda, este papel cabe a quem está na oposição.
Portanto, vamos continuar a questionar, a levantar
problemas, nós vamos nos valer - como já nos valemos em outros momentos - não
só da nossa presença aqui na tribuna, dos artifícios que o Regimento Interno
nos garante, porque, democraticamente, podemos fazer investigações, propor
Comissões, etc. e tal, mas também de um profundo diálogo. Isso foi mostrado na
semana passada, quando aqui estiveram os membros do Conselho de Saúde com um
documento com várias assinaturas e entidades, inclusive com quem temos embates
político-ideológicos, mas que estavam aqui para assinar um documento com
praticamente os mesmos questionamentos que o Partido dos Trabalhadores vem
levantando.
Portanto, meu caro Pujol, nós queremos abordar não
apenas esses problemas que levantamos. E eu levantei, aqui há pouco, o problema
grave das licitações. Eu falava com a representante da SMAM aqui presente, que
veio me confirmar, Ver. Nedel, que não está mais lá a Algert, já foi embora
mesmo! Então, agora, é mais uma razão para a Prefeitura chamar um emergencial,
que seja de, no máximo, três meses, para garantir uma licitação, e nós podermos
investigar, por exemplo, essas falsas cooperativas, porque todo o serviço
terceirizado da Prefeitura, no último período, teve algum nível de problema. É
para isso que estamos aqui, é para isso que vamos fazer o nosso trabalho. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Pancinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
PANCINHA: Ver. Mauro Pinheiro, presidindo os trabalhos nesta tarde; Vereadores,
Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara e pela Rádio Web; eu venho
aqui, neste primeiro dia do ano legislativo, saudar todos, esperando que
tenhamos um ano proveitoso, um ano de muito trabalho. Com certeza, vai ser um
ano um pouco tumultuado devido às eleições que se aproximam. É um ano eleitoral,
então é normal que aconteçam algumas manifestações um pouco mais acaloradas,
mas eu quero, aqui da tribuna, solicitar que essas manifestações sejam
coerentes, sejam claras e feitas de uma forma responsável.
Nós tivemos - aí eu falo do meu Partido, o PMDB -
um grande encontro em Capão da Canoa. Foi muito bom o encontro, havia mais de
dois mil militantes. E lá, nas manifestações, em nenhum momento, se ouviu falar
mal de A ou B. Esse é o estilo que acho que devemos implementar, que é o estilo
apaziguador. Precisamos, sim, de uma responsável oposição, e isso eu falei no
meu primeiro pronunciamento do ano passado. Precisamos de uma oposição
responsável, uma oposição que seja direcionada a trazer problemas para que eles
sejam resolvidos; não simplesmente uma oposição que venha a agredir, que venha
a caluniar. Então eu uso este espaço de Liderança justamente para isso.
Será um ano trabalhoso, será um ano de muita
discussão, Ver. Nilo Santos, mas certamente todos nós aqui estamos com o
intuito de trabalharmos pela Cidade, é para isso que estamos aqui. E a
discussão eleitoral deve ficar para o segundo plano. Nesta tribuna, certamente,
falaremos de eleição, mas precisamos que os olhares estejam voltados para a
cidade de Porto Alegre, para os contribuintes, para a comunidade. É nesse
sentido que eu utilizo este espaço, desejando a todos que o trabalho seja o
mais proveitoso possível, que realmente a oposição faça oposição: uma oposição
propositiva, uma oposição crítica, mas, acima de tudo, uma oposição responsável.
Jamais me verão aqui defender o indefensável e também criticar qualquer...
(Aparte antirregimental do Ver. Toni Proença.)
O SR. JOÃO
PANCINHA: Exatamente, Ver. Toni, o incriticável. Temos que ter coerência. É nesse
sentido que todos nós, os 36 Vereadores, responsavelmente levaremos este ano de
2010. Com certeza, Ver. Brasinha, teremos uma eleição calma, porque calmos
serão os candidatos, e espero que todos sejam calmos e que essa rusga do final
do ano passado se acalente, acalme-se.
Ver. Todeschini, CPI para Saúde não tem o menor
sentido! O Secretário Clóvis Magalhães e o Procurador João Batista estiveram
aqui na quinta-feira passada, falaram por mais de duas horas, trazendo todos os
elementos e ações que a Prefeitura adotou. Agora, cabe ao Ministério Público e
à Polícia averiguar se realmente existem irregularidades ou não. A Prefeitura
está cobrando do Instituto Sollus os valores, colocando na dívida ativa. Então,
toda a tramitação que a Prefeitura necessitava fazer foi feita; os
esclarecimentos foram feitos. Aguardemos as investigações. Agora, CPI é quando
há indícios e não há algo que o responsável traga a público. Todas as atitudes
tomadas pela Prefeitura foram trazidas aqui pelo Executivo. Eu me dei por
satisfeito e tenho certeza de que os Vereadores que aqui estavam se deram por
satisfeitos. Então, vamos aguardar o desenrolar do inquérito.
Desejo a todos um grande ano de trabalho, desejo
muito trabalho; que cuidemos muito da nossa Cidade, que cheguemos no final do
ano com a certeza do dever cumprido e com os ânimos apaziguados. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras. Agradeço
ao Ver. Pedro Ruas, do PSOL, o espaço cedido para a minha manifestação.
Não pode ser diferente, não é por ironia, por
ameaça, não é por qualquer coisa que nós vamos deixar de dizer aqui aquilo que
tem de ser dito. Aliás, já fui ameaçado fisicamente por um Vereador no ano
passado, e ele está respondendo processo criminal por isso.
O Conselho Municipal de Saúde, o Sindisaúde e a
COSMAM já denunciaram, previamente, a contratação do Instituto Sollus,
denunciaram a inidoneidade desse Instituto, porque, em São Paulo, ele tinha uma
sede fantasma, não tinha patrimônio, o endereço era fictício, numa sala onde
não havia funcionários, não havia operação nítida, portanto é uma fraude que se
montava de antemão. A crônica de uma morte anunciada!
O Conselho Municipal de Saúde e o Sindisaúde
fizeram uma reunião plenária no Auditório do SENAC, da qual nós participamos,
onde todo o questionamento foi posto a público. Estavam lá as autoridades do
Município. O Conselho Municipal de Saúde, em todos relatórios, de 2007 em
diante, denunciou as irregularidades que vinham sendo praticadas, inclusive
culminando com este documento, que é acessível a todos. E foi entregue às
autoridades de investigação - Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de
Contas - a análise preliminar da prestação de contas do Instituto Sollus, de
setembro de 2007 a abril de 2008. Foi entregue no dia 1º de outubro de 2008.
Se não bastassem esses estranhamentos, Ver. Pedro
Ruas... Quero que alguém venha aqui e me diga que é lícito um fiscal de
contrato - ou funcionário público, ou autoridade pública de qualquer nível -
receber presente dos contratados, ainda mais quando são polpudos, como
automóveis de alta qualidade; ou de alto luxo, como joias muito caras e outras
coisas. É lícito o fiscalizado e o fiscalizador, ou contratante, talvez,
receber informações privilegiadas, receber elementos a que os outros
participantes não tiveram acesso? É disso que nós estamos tratando!
Então, é lamentável ter companheiros Vereadores que
queiram vir aqui fazer a desqualificação de quem levanta esse debate, porque
não basta a investigação - que é muito importante, sim - que a Polícia Federal
está fazendo, que o Ministério Público do Tribunal de Contas está fazendo, que
o Ministério Público Estadual faz, que outras autoridades fazem. É necessária
uma investigação profunda, porque todos os elementos foram levantados
anteriormente ao acontecimento.
O Conselho Municipal de Saúde não aprova as contas
desta Administração desde 2007, e não venham dizer que o Conselho - como muitos
querem dizer - tem cor partidária, tem cor ideológica, não! O Conselho é
democrático e é eleito. Esteve lá, há poucos dias, a Direção do Conceição, que
também foi duramente criticada. O Conselho é rigoroso, ele exige o cumprimento
das leis, exige a aplicação dos programas de saúde, exige aquilo que as normas
determinam para a saúde do Município de Porto Alegre.
Portanto, nós não estamos aqui, como alguns
disseram, sendo levianos, irresponsáveis; muito pelo contrário! Estamos aqui
para fiscalizar e para preservar a boa e correta aplicação do dinheiro público,
porque não é justo que os pacientes tenham que esperar um ano, dois, três anos;
não é justo que haja toda a crise com os profissionais médicos por falta de
salário; que nós, os diabéticos, tenhamos que ir novamente a uma consulta, para
que um Clínico Geral da Prefeitura copie a receita do nosso Endocrinologista, a
fim de que tenhamos direito a receber o remédio, a insulina, que é garantida a
todos universalmente, enquanto milhões são desviados, e não por falta de aviso,
Ver. Pedro Ruas! Não por falta de alerta! Mas, mesmo assim, o Prefeito, o
Secretário Clóvis, o Secretário Eliseu fizeram a contratação, mantiveram o
Instituto Sollus, com todas as peripécias que aconteceram. Aqui nesta sala
mesmo, o Ver. Dr. Raul é testemunha dos desmandos dentro da Sollus, quando da
perseguição e da demissão do Dr. Alexandre, lá da Vila dos Coqueiros, sob a
alegação de que, ideologicamente, ele destoava, era diferente da vontade da
Sollus. E foi readmitido por força da COSMAM, foi readmitido aqui; toda a
comunidade veio a esta sala, a comunidade se mobilizou, lotou vários ônibus e
esteve aqui junto com as lideranças, como o Emerson, o nosso suplente de
Vereador. E quantas outras coisas aconteceram durante a vigência do contrato da
Sollus!
Então, não é verdade que foi o Prefeito ou que foi
o Secretário que fizeram os alertas, não! Os alertas foram feitos pelo
Sindisaúde, pelo Conselho Municipal de Saúde antes do contrato ainda! Está tudo
aqui no relatório, está tudo dito! Há aqui, por exemplo, questões como não
estar discriminado, nas prestações de contas, quantos trabalhadores estavam
sendo pagos a cada mês. Vejam, isso é possível? Aqui tem outra, para concluir,
só mais uma: quanto aos fornecedores do Instituto Sollus, chamou atenção a
constância de empresas paulistas. Selecionaram-se onze fornecedores, que
receberam os maiores valores durante o período de setembro de 2007 a abril de
2008. Então, isso não é qualquer coisa, é algo muito sério que prejudicou a
cidade de Porto Alegre e tem nome e endereço: a responsabilidade do Sr.
Prefeito, do Sr. Clóvis Magalhães, que forçou também a admissão e a contratação
dessa empresa, e do Secretário de Saúde. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Não há mais inscritos. Com a presença dos Srs.
Vereadores Beto Moesch, Toni Proença, Haroldo de Souza, Adeli Sell, Pancinha,
Pedro Ruas, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino Besson, Reginaldo Pujol, DJ
Cassiá, Nilo Santos e este Vereador, constatamos que não há quórum para
passarmos à Ordem do Dia. Portanto, damos por encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h17min.)
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